segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Fé e saúde
(Vera Cristina Weissheimer)
Se a sua fé estiver pequena, minguando com tantas provações, diga como o pai que leva seu filho doente a Jesus: “Eu tenho fé! Ajude-me a ter mais fé ainda!” (Marcos 9.24).

Para a maioria das pessoas a fé torna-se uma grande aliada e força extra que as mantém lutando. Uma pesquisa realizada em 2007 pelo Datafolha mostrou que apenas 1% da população brasileira não acredita na existência de Deus, e 7,3% disseram que não tem religião, mas acreditam em Deus. Da mesma forma, outros estudos demonstram que a valorização das crenças dos pacientes é de grande ajuda no tratamento e na aceitação do tratamento por parte dos doentes. A medicina desenvolveu métodos para o estudo e a compreensão dos sintomas e males do corpo – do latim: corpus, parte essencial –; há igualmente a necessidade de conhecer e dar atenção a uma parte igualmente essencial o espírito – do latim: spiritus, que significa literalmente respiração, sopro. Se o pai da psicanálise, Sigmund Freud, chegou a considerar a religião como um remédio ilusório contra o desamparo, hoje sabemos dos efeitos benéficos não só da fé pessoal mas da fé dos familiares e amigos sobre da gente. Os mais céticos ainda gostam de repetir a famosa frase de Karl Marx: “A religião é o ópio do povo”; mas esquecem se eles de ler o texto por inteiro. O texto inicia dizendo: “A religião é o suspiro de uma alma angustiada, o coração de um mundo sem coração...” As angústias precisam ter o seu lugar.

            Numa pesquisa americana divulgada pela Revista Época, 1 de novembro de 1999, um hospital americano concluiu que as orações ajudam na recuperação dos enfermos. O Hospital Saint Luke, de Kansas City, convocou grupos evangélicos para rezar por alguns de seus pacientes. Cerca de 990 pessoas internadas na unidade cardiológica participaram da experiência. O grupo brindado pelas preces teve 10% menos complicações em relação aos demais pacientes. O médico William Harris admite que a sondagem é limitada, porque não é possível computar, por exemplo a prece de amigos e parentes. A fé e a vivência de uma espiritualidade saudável são provedores de equilíbrio e harmonia. 

            Temas como esperança, perdão e amor, profundamente enraizados nas tradições religiosas, são também temas que influem profundamente na saúde das pessoas. Há tempos as religiões já sabiam o que pesquisas vêm demonstrando cientificamente: que as pessoas encontram força na fé para superar suas dores, seus sofrimentos e até mesmo doenças graves e seus temores diante da finitude da vida. Deus, assim como lembra o profeta Isaías, não esquecerá de nenhum dos seus: “Mesmo que uma mãe esqueça do seu filho eu não esquecerei de ti”, Isaías 49.15. E isso dá a cada um que tem fé um inestimável sentimento de pertença. E isso faz bem.
 

Um comentário:

Pedro Bezerra disse...

O sagrado é essencial para nosso caminhar no mundo. Parabens Vera!