sábado, 20 de outubro de 2012

A caminhada espiritual de cada paciente

Alguns dirão que no final das contas cada pessoa terá que fazer seu próprio caminho. Sim. Mas, é bem melhor percorrer esse caminho tendo a companhia de alguém, mesmo que seja uma caminhada feita em silêncio, um amparado no braço do outro. Também na última caminhada é importante ter uma companhia, o portão, no entanto, terá de ser atravessado sozinho.
Na Bíblia, no livro de 2 Reis 20. 1-11, no Antigo Testamento, é contada a história do rei Ezequias que recebe o diagnóstico de sua doença da boca do profeta Isaías, porta-voz do próprio Deus: “Ponha as suas coisas em ordem porque você não vai sarar. Apronte-se para morrer.” O rei vira-se para a parede e chora e ora: “Lembra-te, Senhor, que tenho te servido com fidelidade e com o coração e sempre fiz aquilo que querias que eu fizesse.”
Perdidos num vale de sombras, desejamos ouvir portadores de boas novas como o profeta Isaías que, nem chega a atravessar o pátio da casa do rei quando recebe a segunda tarefa por parte de Deus: “Volte e diga a Ezequias, o governador do meu povo: Eu, o Senhor, Deus do seu antepassado Davi, escutei a sua oração e vi a suas lágrimas. Eu vou curá-lo, e daqui há três dias você irá ao Templo. Vou deixar que você viva mais 15 anos.” Depois do profeta transmitir as palavras de Deus ao rei, pediu que uma pasta de figos fosse preparada e colocada sobre sua úlcera, o rei ficou curado.

Desejamos com toda a força de nosso coração, que alguma boa notícia nos seja trazida, para que possamos contar ao doente, mas ela não chega. Esperamos que da boca de algum médico, ou médica, saia alguma palavra de conforto ou esperança, ela não é dita. Como é possível amparar o abatido, o abalado, o doente que recebeu os piores diagnósticos e prognósticos? Quando as próprias forças e ânimos começam a dar sinais de também nos faltar,  não nos cheguam os portadores das boas novas e a pasta de figos não é a solução, então só nos resta admitir nossa impotência diante das impossibilidades e nos deixar cair nas mãos de Deus. E essas mãos não são pequenas.

 (Vera Cristina Weissheimer)




















Nenhum comentário: